Sexta-feira Santa: o dia em que tudo virou perdão

Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
‭‭Marcos‬ ‭10‬:‭15‬, ‭45‬ ‭NAA‬‬
https://bible.com/bible/1840/mrk.10.15-45.NAA

O que é sexta-feira santa?

Nesta Sexta-feira Santa, somos convidados a olhar novamente para a cruz

Não como um símbolo religioso distante, mas como o altar mais alto de amor e redenção já visto pela humanidade. Foi ali, no Gólgota, que o Filho de Deus entregou sua vida em favor de todos nós. Não apenas para perdoar pecados, mas para nos ensinar a perdoar — para transformar nosso interior e nos libertar da escravidão do nosso próprio “Egito”.

A cruz não foi apenas um ato de justiça. Foi também um ato de misericórdia.

Jesus carregou sobre si o pecado original, herdado desde Adão e Eva (Romanos 5:12), e também os nossos próprios pecados diários, frutos da nossa carne. Ele foi moído, esmagado, ferido — por nossas transgressões. Como Isaías profetizou:

“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5)

Naquela sexta-feira, antes da Páscoa, o Cordeiro de Deus foi entregue. E tudo o que aconteceu ali na cruz foi perdão. Perdão pelos nossos pecados passados, perdão pelas ofensas, pelas mágoas, pelo rancor.

Mas não foi só isso. A cruz também nos deu uma nova natureza. A natureza de Cristo.

Uma natureza capaz de fazer o que Ele fez: amar quem nos fere, perdoar quem nos machuca, acolher quem nos rejeita.

A cruz foi morte — para o pecado, para o mal, para as cadeias emocionais e espirituais que nos prendem. Ali a escravidão do. ego foi crucificada, foi aniquilada.  Na cruz morremos para tudo o que não é santo, perfeito e agradável a Deus. Morremos para tudo o que nos aprisiona no mal. E na ressurreição reiniciamos num novo tempo, numa nova estrada. Mas como um processo contínuo. Dia a dia, através de pequenas transformações no nosso caráter. Numa Páscoa diária.

A Páscoa

O domingo de Páscoa, que vem depois, é ressurreição — para uma nova vida, uma nova mentalidade, uma nova caminhada. Caminhada agora sem solidão. Caminhada com Jesus. Caminhada guiada pelo Espírito Santo. Caminhada com o Pai.

A Páscoa do Antigo Testamento era a comemoração da libertação do povo hebreu do Egito (Êxodo 12). Mas Jesus trouxe um novo significado. Agora, o Egito que Ele veio nos libertar está dentro de nós: é o nosso ego ferido, é o nosso orgulho, nosso rancor, nossa incapacidade de perdoar. E esse Egito tem um faraó — o nosso próprio “eu”, que insiste em dominar nossas reações, nossas emoções e nossas escolhas.

Por isso, quem encontra a cruz, encontra também a metanoia — a transformação da mente (Romanos 12:2).

Como Paulo escreveu:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17)

A nova criatura não vive mais como escrava da mágoa. A nova mente não alimenta ressentimentos.
A nova vida entende que quem fere, muitas vezes, é alguém ferido — e que o perdão é um instrumento de cura, não de fraqueza.

Jesus nos deu o exemplo supremo:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”(Lucas 23:34)

Se Ele perdoou no meio da dor, do abandono, da traição e da violência…nós também somos chamados a perdoar. E não por força própria, mas porque agora vivemos com a mente de Cristo (1 Coríntios 2:16).

Nesta Sexta-feira Santa, lembre-se:

O perdão não é um sentimento — é uma decisão espiritual. É a escolha de sair do Egito e caminhar rumo à ressurreição.

É permitir que a natureza de Jesus cresça em nós, e que o nosso velho “eu” diminua a cada dia.

Páscoa é libertação. Páscoa é recomeço. Páscoa é perdão. Páscoa é nova vida. É nova direção. Páscoa é todos os dias, sob um novo comando : do Cordeiro Pascal: Jesus!

Deus abençoe sua vida e tenha uma Feliz Páscoa!

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