Jesus: decisão ou escolha? 2 conceitos que confundem

“Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e os designei para que vão e deem fruto, e o fruto de vocês permaneça,… João 15:16 NAA

https://bible.com/bible/1840/jhn.15.16.NAA

INTRODUÇÃO

Jesus: decisão ou escolha…não seria a mesma coisa?
Na verdade, não. Vivemos em um tempo de múltiplas opções. Somos treinados desde cedo a escolher: escolhemos produtos, serviços, estilos, opiniões e até relacionamentos como quem navega em um catálogo infinito. E sem perceber, essa lógica de consumo muitas vezes contamina até a forma como lidamos com Jesus.

Passamos a falar de “aceitar” Jesus ou “escolher” Jesus como se Ele fosse mais uma alternativa espiritual em um mundo cheio de ofertas. Mas o evangelho não nos chama para uma escolha superficial. Jesus não é apenas uma opção entre muitas, nem alguém que basta aceitar para depois continuar vivendo do mesmo jeito. Ele exige algo mais profundo, mais radical e transformador: uma decisão.

Decidir por Cristo não é sobre preferência; é sobre rendição. Não é simpatia; é mudança de vida. E essa decisão é inseparável de um princípio essencial: decidir por Cristo é decidir se submeter. Ele não é inferior a nós para ser escolhido; pelo contrário, nós é que somos escolhidos por Ele (João 15:16). Ele não é aceito porque Ele é Deus. Nós é que precisamos ser aceitos por Ele.

Escolha, Aceitação e Decisão: três conceitos diferentes

Escolha

Na psicologia, escolher é um ato baseado em preferências: diante de várias opções, optamos pela que mais nos agrada ou parece mais conveniente.

Mas quando tratamos Jesus como uma simples escolha, colocamos o Senhor no mesmo nível das outras possibilidades, como se fosse mais um item da prateleira espiritual.

Do ponto de vista bíblico, isso não faz sentido:

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros…” (João 15:16)

Ele não se oferece como mais uma alternativa; Ele é o único Caminho, a única Verdade e a única Vida (João 14:6).

Aceitação

Aceitar significa reconhecer algo como verdadeiro ou inevitável, mas não implica mudança.

Aceitar Jesus não é suficiente, porque é possível reconhecer que Ele existe e continuar vivendo do mesmo jeito.

“Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem; até os demônios creem, e tremem.” (Tiago 2:19)

Além disso, a Bíblia mostra que não é Ele quem precisa ser aceito. Nós é que precisamos ser aceitos por Ele:

“A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12)

“E nos fez agradáveis a si no Amado” (Efésios 1:6)

Quando cremos e nos submetemos, somos recebidos como filhos. Não é a nossa aprovação que valida quem Ele é; é a Sua graça que nos recebe.

Decisão

Jesus: decisão ou escolha … para decidir é preciso escolher…

Decidir vai além de escolher. Decisão envolve firmeza, mudança de rota e compromisso. O que chamamos de “metanoia” em Teologia. Ela transforma vida.

Na Bíblia, decidir por Cristo significa abrir mão da própria vontade para viver sob a vontade d’Ele.

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

“Assim que, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17)

Decisão gera transformação. É dizer: “Eu não sou mais dono de mim mesmo; Tu és o meu Senhor.”

O perigo moderno: tratar Jesus como consumo

Vivemos em um tempo em que até a fé se tornou produto.

As pessoas “experimentam” igrejas, trocam de comunidade como quem troca de marca, escolhem líderes como escolhem influenciadores, e até escolhem Jesus quando acham conveniente, como se Ele fosse um prestador de serviços espirituais.

Mas Jesus nunca se apresentou assim. Ele não está competindo por um lugar na sua lista de opções. Ele é o Rei. E diante do Rei não há escolha: há submissão. A resposta para a pergunta, Jesus: decisão ou escolha? É : você está disposto a se submeter, a deixar o Rei governar sua vida?

Escolher e aceitar não bastam: é preciso decidir

Escolher pode ser trocado a qualquer momento. Aceitar pode ser passivo.

Mas decidir por Cristo é um ato definitivo.

Não se trata apenas de reconhecer a existência d’Ele, mas de viver sob o Seu governo.

“Porquanto, para isto mesmo Cristo morreu e tornou a viver: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.” (Romanos 14:9)

Essa decisão tem consequência eterna. É um chamado para deixar de viver no controle da própria vida e passar a viver como discípulo.

Jesus: decisão ou escolha? Conclusão

O convite do evangelho não é:

“Escolha Jesus porque Ele é melhor do que as outras opções.”

O convite é:

“Renda-se a Jesus, porque Ele é o Senhor da sua vida e o único caminho para a salvação.”

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

Aceitar não basta. Escolher não basta. É preciso decidir. E decidir é se submeter. Decidir por Cristo é renúncia.
Jesus não é comparável, porque não existe outro igual. Ele é o Alfa e o Ômega!

E pra você ? É Jesus: decisão ou escolha?