“— Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês;” Mateus 6:14 NAA
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Introdução
Essa talvez seja uma das maiores confusões emocionais e espirituais que muitos de nós enfrentamos: se ainda lembro, será que perdoei?
Se dói de novo, será que falhei no perdão?
Muita gente acredita que perdoar é esquecer. E por ainda lembrar da dor, se culpa, acha que falhou, ou que seu perdão foi pela metade. A verdade é que:
Perdoar não é esquecer. É escolher libertar — a pessoa e a si mesmo.

1. Escolher não se vingar.
“Eu tenho motivos para te ferir de volta, mas escolho não fazer.”
É abrir mão da justiça com as próprias mãos, mesmo quando a dor ainda pulsa. É dizer:
“A mim pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor.” (Romanos 12:19)
2. Reconhecer a dor sem alimentar o rancor.
Perdoar é não negar a ferida — mas escolher não alimentar o ódio. Você pode lembrar. Você pode até chorar com a lembrança.
Mas decide: “Isso não vai me transformar em quem eu não sou.”
Você não precisa fingir que não doeu. Jesus, mesmo com as mãos furadas, disse:
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34)
3. Não é amnésia. É liberdade.
Esquecer seria apagar a memória — o que nem sempre é possível. Mas perdoar é parar de viver prisioneiro da dor.
É não deixar que aquela lembrança te defina.
Não existe borracha emocional. Mas existe cura.
“Esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante…” (Filipenses 3:13)
4. Separar a pessoa da atitude.
É dizer: “O que você fez foi errado. Mas você é mais do que o seu erro.”
Isso não é se iludir, é enxergar com os olhos da graça. Não se trata de ignorar o pecado, mas de libertar-se da prisão da mágoa.
“Pois, se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará.” (Mateus 6:14)
5. Colocar a dor nas mãos de Deus.
Perdoar é transferir a dívida: “Eu não cobro mais. Eu entrego pra Deus. Ele sabe o que fazer.”
É abrir mão de ser a juíz. É crer :
“Lança o teu fardo sobre o Senhor, e Ele te susterá.” (Salmos 55:22)
Mas então… e se a dor volta? Significa que não perdoei? Não.
Significa que a ferida ainda está em processo de cura. Perdão é uma decisão. Uma decisão diária.
Sentimento é consequência — e pode vir depois, ou vir em ondas.
A cura precisa de tempo. De segurança. De um ambiente que não reabra a ferida todos os dias.
A cura, muitas vezes, é um processo contínuo.
Mas a boa notícia é: Deus caminha com você em cada passo.
Resumo do que é perdoar:
• Não é esquecer.
• Não é aceitar ser ferido novamente.
• Não é fingir que nada aconteceu.
• É liberar o outro do seu juízo. E liberar a si mesmo do peso da prisão emocional.
Não é apagar a memória. É parar de viver aprisionado dentro dela.
É respirar de novo.
É amar sem se destruir.
É lembrar quem você é — mesmo depois de tudo.
É se parecer com Jesus.
E, com o tempo, o sangue deixa de pingar, a dor vira memória, e o coração volta a bater inteiro.
É impossível ser verdadeiramente feliz guardando rancor, mágoas e alimentando dor. Sei que há males e crueldades tão grandes que não dá para simplesmente deixar pra lá. Mas, quando não aceitamos tirar esse espinho que nos fere do nosso coração, morremos aos poucos, dia a dia e perdemos duas vezes: primeiro quando fomos feridos e segundo, quando nos deixamos viver como escravos do passado sem ver a vida passar, permanecendo infelizes.
Não consegue? Procure ajuda! Um pastor, um terapeuta! Um amigo maduro. Os colunistas deste blog são terapeutas e psicólogos. Pode entrar em contato com algum deles caso não saiba a quem recorrer.
Desejo a todos um coração cheio de perdão e paz!
Bjs
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