“Lancem sobre ele todas as suas ansiedades, porque ele cuida de vocês.”
1Pedro 5:7 NAA
https://bible.com/bible/1840/1pe.5.7.NAA
INTRODUÇÃO
Há coisas que não se movem, não cedem, não se dobram à nossa vontade. Pessoas que não mudam. Situações que se arrastam. Histórias que não seguem o roteiro que escrevemos com tanto cuidado. E então vem a pergunta inevitável:
“O que eu faço com o que eu não posso mudar?”
A resposta, à primeira vista, parece simples: aceite.
Mas aceitar não é se conformar. Não é cruzar os braços com a alma desanimada.
Aceitar é reconhecer os próprios limites e, com isso, abrir espaço para a ação de Deus. É a coragem de dizer: “Eu fui até onde pude. Agora, é com o Senhor.”

Aceitar não é desistir. É confiar.
No coração humano existe uma ilusão de controle. Queremos que tudo esteja no nosso alcance, que cada oração seja imediatamente respondida, que cada pessoa reaja como esperamos. Mas o amor não controla. E a fé não exige.
Aceitar é parar de tentar mudar o que é alheio, e começar a cuidar daquilo que é nosso: nossas reações, nossas escolhas, nossos limites e nossa fé.
A aceitação é ativa. Ela nos chama a continuar orando, mas sem ansiedade. A continuar esperando, mas com serenidade. A continuar vivendo, mesmo quando as respostas não chegam. Aceitar é tirar as mãos da terra e levantar os olhos pro céu.
E o céu responde?
Responde.
Mas nem sempre com conserto. Às vezes com consolo.
Nem sempre com solução. Às vezes com sustentação.
Deus não se obriga a mudar o mundo como a gente quer. Mas Ele se compromete a ficar do nosso lado enquanto tudo desmorona.
O incontrolável é lugar de entrega
Jesus, no Getsêmani, enfrentou a dor do que não poderia ser evitado. Ele orou três vezes dizendo:“Se possível, passa de mim este cálice.”
Mas terminou com: “Contudo, seja feita a Tua vontade.” (Mateus 26:39).
A aceitação, nesse contexto, não foi derrota. Foi redenção. Quando entregamos o que não podemos controlar, estamos dizendo:
“Eu confio mais em quem Tu és, do que em como eu queria que tudo fosse.”
Mas, e quando alguém não muda?
Você já se perguntou por que Deus não muda certas pessoas na sua vida? Talvez porque a mudança delas não é o milagre que você precisa agora — é a sua liberdade em relação a elas.
Às vezes, o maior milagre não é a transformação do outro, mas a cura do controle dentro de nós. E isso também é graça.
Quando eu não posso mudar…
- Eu respiro fundo.
- Eu nomeio a dor.
- Eu escrevo, oro, ou apenas choro.
- E deixo que Deus seja Deus.
Porque tem coisas que Ele não me dá porque me ama demais para alimentar meu controle. E tem outras que Ele não muda porque está mudando a mim, não elas. E eu não posso mudar.
Algumas perguntas que ajudam a curar:
- O que é meu? O que é do outro? O que é de Deus?
- Eu quero mudar isso… ou eu quero controlar isso?
- Quem eu seria se aprendesse a viver em paz com essa realidade?
O que você pode fazer hoje?
- Ore com honestidade, mas termine com entrega.
- Escreva uma lista do que você pode mudar e do que você precisa soltar.
- Cuide do seu coração. Ele é sua responsabilidade — o resto, é de Deus.
Versículo para meditação:
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” — Salmos 37:5
Nem tudo que dói precisa ser curado para você voltar a viver. Algumas dores só precisam de espaço, tempo e mãos divinas cuidando em silêncio. Você não precisa mudar tudo. Precisa apenas confiar naquele que pode tudo. E enquanto você descansa, Ele trabalha. Enquanto você solta, Ele segura. Enquanto você aceita, Ele transforma — do jeito dEle, no tempo dEle.
Aceitar é o começo da verdadeira liberdade.
Aceitar não é se conformar. É entender seu limite.
Aceitar é confiar.
Que Deus te dê paz e confiança real para viver um dia de cada vez.
Bjs
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